11º edição, Porto, 2023

desenhamos histórias

design e fotografia

partilhamos saber

workshops e consultoria

o outro lado das coisas bonitas

Este é um post pessoal, daqueles que não falam de trabalho, não vos mostra inspiração nem vos dá dicas, mas que sentimos necessidade de escrever de vez em quando, porque queremos que saibam quem somos. Este serve também para que saibam que, apesar de parecer tudo muito bom deste lado, as coisas nem sempre são fáceis e as boas às vezes vão demorando a chegar. 
Neste mês de Setembro falámos muito dos dias que passámos em Aljezur, mostramo-vos como foram os nossos dias em vídeo e fotografia, fizemos uma verdadeira festa com as férias de verão de 2014, e para mim (Raquel) em particular, tratou-se mesmo de uma festa já que há muito não sabia o que eram umas férias assim. 
Estou a poucas semanas de fazer 30 anos (isto ainda não parece verdade) e se entre os meus 15 e os meus 25 tudo passou sem que grande coisa tivesse acontecido, a verdade é que dos 25 aos 30 as coisas não pararam de mudar na minha vida. Umas mudaram porque eu de facto fiz por isso, tomei decisões, outras mudaram sem que eu quisesse, como acontece com todos nós. No entanto, até aos meus 25 sinto que a única coisa que persegui mesmo, com todas as minhas forças, foi o meu curso em Design, e arrependo-me um bocadinho de não ter perseguido outras tantas coisas. 
Aos 24 decidi ir para Barcelona, aos 25 decidi que queria viver no Porto e aos 27 que queria despedir-me do emprego que entretanto me tinha permitido viver nesta cidade que tanto adoro. Esta última decisão foi das mais fáceis mas a mais difícil de lidar (o namorado da altura, que me aturou, que o diga) porque não me era possível viver com ajuda financeira de mais ninguém a não ser a minha, e porque não conseguiria lidar com tanta culpa se não conseguisse arranjar outra forma de me sustentar.

Por todas estas decisões, as férias e as viagens que tanto queria fazer tiveram de ficar para segundo plano. Férias como as que tive neste mês de Setembro, sem fazer nada durante vários dias e num sítio que não fosse a cidade onde vivo, só as tinha tido em 2010, antes de regressar de Barcelona. Depois disso vieram tempos mais complicados, com trabalho instável e um futuro que me parecia ainda mais. Era mesmo necessário ter dinheiro para umas quantas rendas de lado, começava a ser necessário ter dinheiro para substituir material de trabalho, ou para qualquer outro azar que acontecesse. Não tirei férias, e os dias que tinha para descansar eram passados aqui, no meu Porto que tem levado com o melhor e o pior de mim. 
Felizmente as coisas começaram a correr melhor e depois de 3 anos a trabalhar por conta própria pude finalmente ter aquelas férias que eu sei que merecia. No ano passado resumiram-se a 4 dias em Barcelona (que na realidade não foram bem 4), onde fiquei em casa de amigos, e como apanhei o fim-de-semana acho que posso dizer que tive um fim-de-semana prolongado e não umas férias. Viajei em livros e em filmes, e já não foi nada mau :p
Este ano pude ir a Amesterdão, uma das cidades que estava na minha lista, e ainda pude passar 10 dias de papo para o ar na companhia de amigos que só não me davam descanso quando me faziam ter dores de barriga de tanto rir. Por isto tudo dei mesmo valor a estas férias, começo a planear as do próximo ano, e peço para que não aconteça nada que me faça ter de refazer contas. 
Tudo isto para dizer que às vezes nem tudo é assim tão bom deste lado, que as nossas vidas têm coisas chatas (oh se têm) mas que é a nossa escolha focarmo-nos nelas ou não. E se uma corre mal há outra que corre bem e que é motivo para festejar!
Um obrigada a todos os que me aturaram nos últimos dias, e um ainda maior ao melhor sócio deste mundo (a sério, um dia se arranjarem um arranjem um como o meu :p)

Raquel 

Não percas nada!

Sim, isto é uma newsletter! No entanto, prometemos que não vamos encher a vossa caixa de correio com spam. Vão sim, receber os novos cursos em primeira mão, descontos nos workshops e uns freebies de vez em quando.